Aquela alma louca sacava grandes guitarradas. E a sua voz acompanhava aquela folia. Sem dó, sem requerer um esforço significativo.
Alguns fãs vibravam com a sonoridade alternativa, outros com as histórias contadas nas letras e ainda haviam outros, tão embriagados de tudo, mas que se imergiam no sentimento partilhado pelos restantes, sem colocar questões.
Se houvesse forma mais activa de participar daquela loucura, eu entregar-me-ia sem olhar para trás.
E a banda continuava, de forma frenética. Os músicos embalados pela multidão endiabrada.
“Só mais uma!”, gritavam sedentos.
E absorvendo mais uma imperial cada, prosseguiam o espectáculo. Sem colocar questões.
Eu peguntava-me se haveria arte que me movesse mais que a música mas naquele momento, a resposta seria demasiado óbvia.
Quero voltar a presenciar esta insanidade. E dançar até à exaustão.
See you in Guernica, where all of us with horns end up.