Não, não vendi a minha alma. Simplesmente não tenho tolerância para emerdamentos.
Já ultrapassei tanto que, neste momento, tudo me parece relativo. (Talvez seja frio da minha parte percepcionar a vida desta forma… mas é certamente menos doloroso.)
Não consigo voltar a ser a pessoa que antes fui, nem tão pouco tenho intenção de voltar ao mesmo. Apenas pretendo viver.
Pouco me importa se existirão momentos solitários, sinto que finalmente tenho força para enfrentá-los.
Pouco me importam os julgamentos, já lá vai o tempo em que eu lhes dava ouvidos.
Pouco me importa… Sei lá. Muito pouco me importa, agora.
Compreendo agora ambos lados da equação da minha vida e estou confortável. Se as variáveis mudarem, eu sei que vou arranjar forma de descobrir a incógnita.
Já não penso tanto no mal como algo que é necessário obliterar mas como uma parte essencial da existência. E não, não quer dizer que lhe sou indiferente. Pelo contrário!
Mas reconheço hoje que existem realidades que estão fora do meu alcance. Acontecimentos incompreensíveis, dor inexplicável, mal indelével. Algo que faz o ser humano em mim, ter dificuldades em adormecer.
Mas o que posso fazer? O que devo fazer?
Vendo a minha alma a Belzebu? (Se é que já não a vendi…)
Quero dormir… Mas o Diabo não me deixa.