Vejo a terra, antes salpicada de verde bravo, tingida pela ganância desmedida de uns. Já não me recordo do que houvera antes.
A floresta já havia sido arrasada desta forma, anteriormente. E agora, que a vida a preenchia solenemente, derrubavam-na novamente.
Mas os meus olhos já não choram. Como se vai tudo restabelecer?
As folhas no solo, escaldadas, mortas. Os troncos, torrados, semi-vivos. A terra negra. Há um contraste desconcertante nesta natureza que não consigo aceitar.
Mas as lágrimas não caem. Terá a minha esperança sublimado?
Não sei como quem ali permanece vai avançar. Eu não saberia como. Tudo o que associava a vitalidade, desapareceu. Da noite para o dia.
A flora extinguiu-se nas labaredas sedentas. A fauna ou pereceu, ou desertou o seu habitat familiar.
Mas os meus olhos subsistem áridos, e espelham a realidade que antes conhecia como selvagem e plena de vegetação indomável.
As cinzas não se vão erguer e reconstruir o que já existiu. Irá a Natureza impôr-se de novo? Ou irá ela libertar a sua ímpia vingança sobre o Homem?