Resides na ilusão da escolha,
Na estratosfera das boas intenções…
Acima de ti, um estonteante universo
Que condenas num impetuoso verso.
(Ridícula a humanidade que carregas,
Com a insolência de quem reconhece o bom caminho.)
Num mundo de falsas esperanças,
Promessas espelhadas pela noite,
Visualizas a tua insignificância
E tentas obliterá-la com mísera ânsia.
(Resigna-te à tua desgraça,
Oh profetisa dos tempos insistentes!)
Na tua visão lia
O horror da desumanização.
Os signos do apocalipse alinham-se,
A fome nos estômagos e nas mentes
E a doença nos ossos e nos corações.
Quem decidiu cegar-te, então?
Quem decidiu roubar a tua alma?
(Sabe Deus quem tomou a audácia,
Por via de facto ou falácia,
De corromper a tua consciência.
… Talvez tenha sido eu, no meu vazio inconsequente…)