Prometi que te esqueceria
E como nas restantes vezes,
Acabei por esquecer-me de mim.
Arrastei-me para o bar,
Como a alma miserável que sou,
E agarrei-me a um cocktail manhoso qualquer,
Para arrancar as pétalas de quem te quer.
Esqueci as restrições temporais,
Até me ter recordado da minha realidade
E que precisava de apanhar o metro à uma.
(A vida destas coisas apruma!)
A caminho da estação,
Sob as electricidades penosas da cidade,
Titubeei incansavelmente
Pela calçada teimosa e demente.
Ao chegar à plataforma,
Jurei ter-te visto na carruagem oposta.
As ilusões febris do coração
Não me poupam da sua traição.
Também o álcool me fervilhava
O interior, e a minha face
Ruborizava na inconsciência
Das decisões tomadas na latência.
Recordei que te dissera que te amava
E as noites passadas na agonia,
Passava a carruagem frente ao meu olhar
E considerei deixar-me ficar.
Decidi entrar, cobarde
E como nas restantes vezes,
Prometi que te esqueceria.
Direcção à estação casa,
Sem paragens inoportunas,
Recebo uma chamada tua e hesito.
A tua voz é meu requisito.
Saio numa paragem tua
E tropeço na minha insubordinação.
Esqueci o que prometera a mim mesma.
Vejo-te a raros metros da saída
E num palpitar, decido escapar
Mas o teu semblante prende
E assim a minha fragilidade se rende.
Prometi que te esqueceria
E como nas restantes vezes,
Acabei por esquecer-me de mim.
Um momento olhando o infinito,
Uma escolha perfazendo o meu particular delito.
What’s up, I read your blogs like every week. Your story-telling style is awesome, keep doing what you’re doing!
LikeLike
Hi there! This blog post couldn’t be written much better!
Going through this article reminds me of my previous roommate!
He constantly kept talking about this. I will forward this post to him.
Pretty sure he’s going to have a good read. I appreciate you for sharing!
LikeLike